Como a LVMH lucra com jovens milionários da Ásia

Eles têm menos de 30 anos, nasceram com celular na mão e cartão black na outra. Estão em Xangai, Seul, Jacarta ou Bangcoc — e são responsáveis por um dos maiores crescimentos do consumo de luxo no planeta. A chamada Gen Z milionária da Ásia está por trás de uma fatia bilionária da receita do grupo LVMH.

Segundo o relatório anual da LVMH de 2023, a Ásia (excluindo o Japão) já representa cerca de 30% da receita total do grupo, com destaque para a China continental e o Sudeste Asiático. E o motor dessa expansão tem nome e idade: consumidores entre 18 e 29 anos, altamente digitais, obcecados por exclusividade e símbolos de status com apelo visual imediato.

Por que a LVMH se conecta tão bem com eles?
Porque entendeu que o luxo, para a Gen Z asiática, precisa ser rápido, personalizável, esteticamente impactante — e postável. Marcas como Louis Vuitton, Fendi e Dior têm apostado em desfiles itinerantes (como o de Pharrell em Seul), em parcerias com idols do K-pop e em drops exclusivos com foco em viralização no Xiaohongshu e TikTok.

De acordo com o McKinsey China Luxury Report, a China sozinha deve responder por 40% do consumo global de luxo até 2030. E o mais impressionante: por lá, a primeira compra de luxo costuma acontecer aos 25 anos — quase 10 anos antes que no Ocidente.

Formatos locais e UX digital são prioridade.
Ao contrário do consumidor europeu, que ainda romantiza a boutique, a Gen Z asiática prefere uma experiência digital fluida, integrada a plataformas como WeChat, Tmall e Douyin. E a LVMH, apesar da fama tradicional, adaptou-se rápido.

Exclusividade virou moeda social.
Se o produto não for raro, personalizado ou parte de uma collab efêmera, ele perde valor para esse público. É aí que entram estratégias como ativações ultralocais, coleções cápsula e serviços VIP — incluindo vendas privadas via app.