Adidas, Prada e a Nova Era dos Tarifas: O Que Está em Jogo

Adidas, Prada e o mercado de luxo enfrentam novos desafios com o impacto das tarifas nos EUA. Veja como as marcas planejam resistir — e vencer.

Prepare o seu café (ou drink): esta semana, os holofotes da economia e da moda se cruzam em uma trama de números, tensões comerciais e, claro, uma boa dose de glamour.

Comecemos pelo lado menos cintilante. O tão aguardado índice de confiança do consumidor dos EUA, divulgado pelo Conference Board em 29 de abril, deve despencar para o nível mais baixo desde a primavera de 2021 — época em que as vacinas contra a Covid começavam a reacender a esperança econômica. Um dia depois, chega o dado do PIB americano do primeiro trimestre: projeções apontam para um crescimento anêmico de apenas 0,4%, segundo o Wall Street Journal.

O que isso nos revela? O impacto das tarifas já é palpável. Em janeiro, analistas apostavam em 1,7% de crescimento — um otimismo que evaporou à medida que novas barreiras comerciais surgiram. O cenário fica ainda mais dramático com o fim iminente do “de minimis”, a regra que facilitava as compras online da China, previsto para 2 de maio.

Contudo, no meio da tempestade, brilham aqueles que sabem o que vendem. No dia 29, a Adidas apresenta seus resultados: um salto de 13% nas vendas, impulsionado pelo sucesso arrebatador dos Sambas em colaboração com Wales Bonner. A marca alemã vem roubando fatias de mercado da Nike e avança, de olho até nas pistas de corrida. Na mesma terça-feira, saberemos também como a gigante planeja driblar uma possível tarifa de 46% sobre produtos vietnamitas — uma ameaça que paira sobre o setor de calçados.

E se a Adidas promete, a Prada não fica atrás. No dia seguinte, o grupo italiano ganha nova chance de celebrar o boom histórico da Miu Miu: um crescimento de 93% em 2024, acima dos já impressionantes 58% do ano anterior. Mas há um desafio fashion no ar: a integração da Versace. Unir forças em meio a uma guerra comercial e ao esfriamento do luxo global exige mais do que talento — exige estratégia de mestre.

Entre quedas e ascensões, uma lição se desenha: marcas fortes resistem, mesmo quando o mundo desaba ao redor. E, como sempre, o jogo continua — cada vez mais feroz e fascinante.